terça-feira, 16 de junho de 2009

O poder em Alagoas agora é do interior


Estamos em ritmo junino. Nada mais tradicional que as festividades juninas no Nordeste. Existe uma música que promove a cidade pernambucana de Caruaru como a capital do forró. Vamos tirar um pouco o foco do forró e dizer que Arapiraca é a capital alagoana do futebol. Tenho alertado desde o ano passado e já escrevi outros textos destacando o momento por que passa o futebol de Alagoas. Em nossa soberba de sermos a capital do Estado, termos os dois times mais tradicionais e com mais conquistas na história do futebol alagoano,deixamos meio de lado, o crescimento do interior. “Os matutos estão fazendo a festa porque nossos times caíram”. Esta frase já foi pronunciada por muitos torcedores mais desavisados que Alagoas está testemunhando algo já sentido e vivenciado pela Paraíba. O centro do futebol paraibano deixou de ser a capital. Agora é o interior do Estado com Campina Grande, que possui os dois times de maior expressão do Estado: Treze e Campinense. A inversão em Alagoas pode ter sido tido o marco divisório no ano passado com o rebaixamento do CRB para a Série C e a classificação do ASA para a mesma divisão que o Galo disputa. O CSA é melhor ainda não comentar pois estava fora até da Série D e sofreu pela 2ª vez o rebaixamento para 2ª divisão de Alagoas. O ASA atualmente é o único clube do Estado com calendário completo e que passa pelas principais competições ofertadas aos nossos clubes. Vejamos só. Como campeão alagoano, o ASA terá em 2009, a participação na Copa do Brasil, o campeonato estadual e uma competição nacional, que poderá ser a Série B, C ou D. O CRB tem garantida apenas duas competições: estadual e uma competição nacional. Além do preenchimento do calendário, fator importante para determinar a importância que o clube adquire ao longo dos anos – foi assim que o CRB cresceu no cenário nacional pois disputou durante 15 anos a Série B – o ASA continua se estruturando como um time “top” do Estado. Nos últimos cinco anos, em pelo menos um turno,o ASA foi a decisão. Na década, o ASA arrastou 50% dos títulos disputados – e ainda esteve em outras duas finais em que foi derrotado. O time vive um momento de organização fora de campo, de manutenção de uma comissão técnica que já trabalha no clube há pelo menos um ano e de uma torcida que a cada dia, mostra mais entrosamento com o clube, em demonstrações explicitas de confiança na equipe. Muitos poderão dizer, “tudo isso é passageiro. Tradição mesmo tem CSA e CRB”. Pode até ser, mas este momento torna-se especial porque está significando esta ruptura com o ciclo de importância no Estado ganhando mais um clube. O ASA não é passageiro. Ele chegou para ficar. A mudança é que o ASA agora é tão importante quanto os dois da capital. A cobertura da imprensa em Maceió já é diferente. Hoje o ASA tem uma assessoria em contato permanente com toda a imprensa. O time realmente agigantou-se. Talvez o que eu penso e escrevo aqui seja apenas uma “moda”, uma “fase”, mas por tudo que temos visto, parece mais sólido do que muitos pensam. Parabéns, alvinegro. Parabéns Arapiraca. O futebol de Alagoas tem um novo centro de poder e não é vermelho, nem azul. É branco e preto.

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