Nossos super-heróis são humanos

Essencialmente somos torcedores. Isto é inegável. Sonhamos com os nossos craques sendo imbatíveis, vencendo todas as barreiras que lhe são impostas, nos dando alegria, derrubando adversários e conquistando vitórias. Criamos no imaginário, os nossos jogadores como verdadeiros super-heróis. Esse é um mundo imaginável, muitas vezes fora da realidade. Nossos super-heróis são tão humanos como qualquer um de nós. No último sábado na Pajuçara, a máscara de um super-herói caiu. O atacante Calmon mostrou uma humanidade que emocionou. Ouvindo a entrevista de Calmon ao Timaço a Gazeta – participaram Luciano Costa, Waldemir Rodrigues e Rogério Costa, confesso que os olhos encheram d’água. Calmon recebe criticas de muitos torcedores regatianos mas tem sido importantíssimo para o jovem elenco do CRB. Durante a entrevista aos prantos, o artilheiro do alagoano revelou como tem sido difícil jogar pelo CRB. Calmon revelou que sua mãe disputa um campeonato especial: está em campo lutando pela vida contra um adversário fortíssimo: um câncer. A mãe do jogador foi a principal incentivadora para que ele permanecesse jogando futebol. Algo tocou naquela hora. O jogador de futebol vive um mundo á parte. Estar dentro das quatro linhas é uma representação. Ele precisa estar feliz, mesmo quando problemas lhe deixam triste. Ele precisa ser forte, quando tudo em sua volta gira em torno da fraqueza. Ele precisa ser indestrutível, quando fora de campo, está destruído. O camisa 9 do Galo deu um real exemplo do que significa sacrificar-se por uma causa. Afirmou que tem protegido os garotos porque não encontrou proteção quando tinha a idade de Rafinha, Alex Tenório, Emerson, Jhonnatan e Edmar. Foi uma lição de profissionalismo e humanidade. Calmon é um jogador vitorioso. Em Alagoas conquistou dois títulos pelo Coruripe e um vice-campeonato pelo ASA. No CRB busca mais uma conquista. Dentro de campo não sei se ela virá, fora de campo, Calmon é vitorioso. Mostrou força, emoção e um objetivo por que lutar. Ele mostrou que é humano em um mundo onde só são valorizados os super heróis.