terça-feira, 16 de março de 2010

Atitude da torcida fortaleceu Kenedy para permanecer na presidência


Pode ter sido um tiro no pé. As faixas espalhadas na Pajuçara lançando o nome de Sóstenes Andrade para presidência do conselho deliberativo e as declarações do mesmo cobrando uma ação para utilização do Beer CRB fortaleceram a candidatura de Kenedy Calheiros para permanecer no comando do conselho deliberativo. Apesar de pressionar e demonstrar interesse em mudar o comando do conselho, existe uma situação clara que depõe contra os que lideram o movimento: a torcida não participa do conselho, não tem direito a voto, nem o conselho está sujeito à pressão. Com o enfrentamento público contra a presidência do conselho regatiano, a base que sustenta Kenedy Calheiros teve os brios feridos e deve fechar em torno do seu nome para reeleição. Além do mais, a briga entre diretoria executiva e conselho deliberativo do clube, tocou num assunto intocável no CRB: o beer. O local pertence ao Clube de Regatas Brasil, mas na prática é administrado pelo grupo ligado ao ex-presidente Toroca. Naquele espaço, Toroca construiu o seu apoio ao CRB ofertando uma grande estrutura para o voleibol, com alojamentos e ginásio. Mexer nesse vespeiro reforça o apoio da ala que domina o conselho e que manterá Calheiros. É bom lembrar que esse grupo tem força dentro do Galo. Recentemente até a piscina do clube foi aterrada para construção de um ginásio. O grupo teve apoio do conselho para isso. Pela posição que ocupa na sociedade, Sóstenes Andrade não merece se expor em um disputa política e tentar ir para o embate no voto com Calheiros. É um desgaste em vão. Outro aspecto é que a torcida não tem como influenciar na decisão. Alguns torcedores, entre eles o explosivo João Tigre afirmou que irá trabalhar contra Calheiros e que irá contatar conselheiros para tirá-lo da presidência. Não é tão fácil. Lembro que há mais de um ano, torcedores reuniram conselheiros, que prometeram apoio às mudanças no conselho. Nada aconteceu até agora. E mesmo que Kenedy tenha engavetado a mudança, nenhum daqueles que prometeram apoio aos torcedores para lutar pela mudança se pronunciaram contrários a este silêncio sobre as mudanças. É verdade que a briga é grande. Lutar contra uma instância de poder, como é o conselho deliberativo, não será fácil. Kenedy verbaliza com facilidade suas ações, tem amigos dentro da imprensa que lhe abrem espaço e tem ações que são transparentes, mesmo que algumas sejam questionáveis, mas são ações públicas. No outro lado, Serafim não se pronuncia publicamente e não tem provas de que o presidente do conselho trabalha contra sua gestão. Todas as afirmações são presumidas e quando se fala de suposições, o assunto discutido é passível de interpretação. Para esclarecer essa situação, trago dois exemplos. Kenedy afirmou que, ao chegar ao conselho, passou a arrecadar valores para o clube. É verdade. Não vou discutir se o valor é considerável ou não. Mas ele prova que repassou o valor, via arrecadação, do conselho para a diretoria. O setor contrário à permanência de Calheiros diz que ele e outros conselheiros, incluindo Gustavo Feijó, trabalham contra a direção executiva e não querem o sucesso do CRB. Mesmo que seja verdade, como vai se provar isso? Por fim, acho que o CRB entrou em uma rota de colisão de instâncias de poderes, que serão refletidas no campo de jogo. Enquanto os poderes brigam por “poder”, o time pode estar perdendo o campeonato nesta divisão. Quem viver, verá o resultado desse embate de vaidades, porque, até onde eu sei, todos eles vestem a mesma cor.

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